A dádiva de ter um filho

Agora que estamos começando a planejar nossa gravidez, tenho refletido muito sobre a dádiva de se ter um filho. Li um trecho no livro Perdas e Ganhos da Lya Luft que sintetisa de uma maneira simples e objetiva a relação entre pais e filhos:

" Pai não tem que ser carrasco nem irmão: tem de ser pai, ombro e abraço; autoridade, norte e abrigo; camaradagem mas também firmeza.
Mãe não tem de ser amiguinha, tem de ser mãe. Tem de ser aquela a quem filhos, mesmo adultos, sabem que podem recorrer quando tudo falhou, até os melhores amigos. Não ser a falsa jovenzinha competindo em maquilagem e roupas com a filha, ou parecendo seduzir colegas do filho - criando constrangimentos que ele ignora como se não vivesse no real.
Conceitos poucos simpáticos, severos?
A vida pode ser bem mais severa que isso."
Palavras que podem soar puramente racionais numa relação onde a emoção normalmente impera. A questão é que é preciso bem mais do que somente amor para criar e educar um filho. É preciso disciplina, zelo e excelência na arte do c.u.i.d.a.r. E isso sim, é bem mais do que proporcionar o básico.
Planejamento faz toda diferença. E é aí, entre outros momentos, que começa a racionalidade. Assim, antes de ter o amor pelo filho que está por vir, é preciso usar a razão e decidir o momento de ter o rebento. Desta forma, podemos assegurar uma maior assertividade na escolha dessa hora. É claro que nem tudo pode sair conforme planejado, mas convenhamos que ao projetarmos os cenários com antecedência, agindo com estratégia, as chances de saber agir quando esses cenários se tornarem reais aumentam de maneira significativa.
A questão é que percebemos pais, além de aflitos, desorientados. Faltam-lhe o hábito de observar e de refletir. É mais cômodo evitar o espelho capaz de fazer com que olhem para dentro de si. Cada vez amadurecem tarde ou mal. São crianças tendo crianças.
Amor é fundamental e por isso considerado o mais nobre dos sentimentos. No entanto, sem estar associado a outras ações, é ineficaz. Afinal, amar é dar a uma criança os meios para adquirir uma personalidade equilibrada, como sabiamente nos ensina Lya Luft.

2 comentários:



Sabrinissima disse...

Texto super coerente Janinha... concordo em gênero, número, grau e aquele pouco de juízo tbm. Se todo mundo tivesse essa pitada de juízo e aquele simples planejamento não veríamos tanta coisa triste por aí...
Ter filhos é algo que me assusta só de lembrar tamanha responsabilidade. Ter e fazê-lo é muito fácil, difícil é criá-los da forma como eles MERECEM.
Beijocas, estava com saudades de visitar seu bloguito!

Eu! disse...

Oi, amore! Pois eh...certas atitudes têm me indignado no quesito maternidade...eh minha cunhada louca desvairada que abandona meus sobrinhos quase que à própria sorte, é akela jovem aprendiz lá da empresa que já é mãe e é casada com outra "criança"...É criança (em idade e maturidade) tendo criança...Triste mesmo. Além de outras coisinhas que vemos nos nosso dia a dia. Ainda bem que temos a cabeça no lugar e esse medo/preocupação que sentimos em relação à maternidade é, ao meu ver, o melhor sinal uma vez que temos noção da responsabilidade e não queremos ser mãe só na parte boa :-P
Volte sempre, adoro seus comments!
"Inhamu" :-)Escrevi certinho?!?! Bjão